quarta-feira, 21 de julho de 2010

DVD e baralho.



Já estava na hora. Resolvi finalmente sair de casa. Sair desse meu mundinho e encontrar amigos, visitar lugares, me divertir e tentar levar uma vida de pessoas normais.
É de noite. Combino com amigos de irmos pra casa de um deles assistir filme e jogar. Colocamos o primeiro filme. Terror. Japonês. Que esquisitice. Como se nisso tudo, eu não fosse a coisa mais esquesita que se podia encontrar. Todos se aglomeram num sofá. Adoro eles. De verdade mesmo. Ótimas companhias. Divertidos, legais e agradáveis. Mas em um segundo mudo de humor. Me arrependo de ter saído de casa. Quero que todos milagrosamente sumam. Um a um. Ficar sozinha novamente. Prestar atenção em um filme muito ruim sozinha. Apenas saio de perto de todos e vou assistir lá atrás. Longe. Tudo e todos me irritam. O filme que deixa muito a desejar e os amigos que não páram de falar e fofocar e dar risadinhas ao invés de ficarem em silêncio prestando atenção na história do DVD. De repente, todos os meninos sumiram. Só restam as meninas. Percebo uma fofoquinha. A curiosidade atiça. Corro pra perto delas e quero saber do que estão falando. Por alguns momentos, ignoro o filme. Volto ao humor inicial. Segunda trama da noite: uma comédia. Inteligente e engraçada, proporciona boas risadas. Ao final, alguns já estão com sono e querem ir embora. Mas incrivelmente prefiro ficar. Baralho. Jogos bobos, mas divertidos. E quando me dou conta, passa das 5 da manhã. Preciso ir embora. Dormir. Pra no dia seguinte acordar cedo e ir à praia. São Pedro promete colaborar. Chego em casa e durmo.
E então percebo que eu quase consegui. Estou progredindo. Quase fui normal durante a noite. E apenas sorrio. Sei que por mais que eu me esforce e tente, continuarei sendo essa estranha que ora tem medo do mundo e de todo e qualquer ser humano, ora quer abraçar o maior número de coisas e pessoas possíveis.

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