terça-feira, 13 de março de 2012

Menos dor. Mais cor.




Hoje, de acordo com os meus cálculos faz um mês e uma semana desde aquele fatídico dia que eu daria tudo pra nunca ter existido. Ver tudo desmoronar daquela maneira foi muito difícil. Para não dizer enlouquecedor. Chorei, como chorei. E ainda choro vez em quando. De repente escapa um gesto, um momento e a saudade transborda pelos olhos.
Apesar de ainda estar estarrecida e muito ferida, acho que finalmente consegui sair do estado de inconformismo em que me encontrava. Como disse uma vez Caio Fernando de Abreu "Em duas palavras eu posso resumir tudo que aprendi sobre a vida: ela continua". E o que eu não sabia, o que não me contaram, é que ela continua linda e cheia de possibilidades. Não é nada fácil. A princípio eu não queria continuar. Lutei muito pra tentar permanecer ali, no mesmo lugar. Iludi-me pensando que dessa maneira eu poderia evitar a realidade tão crua que se escancarava sobre mim. Tentei buscar refugio nas lembranças, nas fotos, no passado que um dia construímos juntos. Mas é claro que ao invés de abrigo, isso tudo só machucava ainda mais. E tão ferida, quis ferir também. Surtei, perdi a cabeça, a dignidade, a honra, a credibilidade. E tudo isso sem causar nem uma mudança de expressão facial. Você anestesiado, apático, atípico. A dor que eu sentia ainda não dissipou. Permanece. Ainda que diminuindo gradativamente. Porém resolvi que não dá mais pra viver assim.
A vida vai mostrando os caminhos, vai levando a gente. Quando percebemos, já não tem mais tanta importância assim (ou tentamos nos enganar fingindo não ter). Hoje depois de muito tempo eu acordei cedo e me mexi. Fiz coisas produtivas, úteis e que me trarão muitos benefícios. Vi o céu limpo e azul como há muito não via, apesar de que ultimamente ele tem estado sempre assim. Limpei os olhos. Levei embora a cegueira. Acordei para a vida, para o mundo, para a beleza, para a natureza, para tudo o que já está aqui e é meu, eu já conquistei. Tanta possibilidade escancarada, batendo na minha porta, tanta coisa boa. Por que querer me fazer de vítima e agir como a última solteira do Rio de Janeiro? Nada disso. Chega.
Não vou mentir que várias vezes durante o dia e a noite quando sonho recebo sua visita na minha mente. Mas essa visita já divide espaço com outras que têm merecido muito mais atenção. Os dias seguem, a vida continua. E com licença, eu vou com ela. Chega de ficar parada. Chega de dias cinzas, de dor. Quero dias coloridos, felizes, com muitos sorrisos, muitos abraços. Com afeto verdadeiro. Portanto, venha Vida, estou pronta. Me leve com você.