quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Ser X Estar




"Ser ou não ser, eis a questão"
Com todo o respeito senhor Sheakespeare, não ser. 

Aos quatro cantos e ventos do mundo as pessoas vivem dizendo que são isso ou aquilo. Ou que fulano é isso ou aquilo. A verdade é que ninguém é nada.

Em português, diferentemente do inglês, ser e estar não são a mesma coisa. Usamos palavras distintas para verbalizar cada um. Mas acho que bastava o estar. O ser a gente podia esquecer, deixar pra lá. Quem é você? Quem sou eu? Essas são perguntas muito difíceis de serem respondidas.

É comum quando tenho que preencher minha profissão em algum formulário eu colocar: estudante. Se fosse falado eu diria "sou estudante." Mas peraí! Eu não SOU estudante. Eu ESTOU estudante. Se tudo der certo, em um ano estarei jornalista. Estarei porque nunca se sabe o dia de amanhã...

Ser exprime a ideia de algo constante, contínuo, até diria que imutável. Estar não. Estar soa como momentâneo. Em dado momento tal coisa está de um jeito. No momento seguinte pode estar de outro sem que se exija maiores explicações.

Eu não sou jovem, estou jovem. Mas já estive feto, bebê, criança, adolescente... talvez um dia esteja adulta e velha. Não sou magra, estou magra, mas também já estive gorducha, assim como já estive 'Olívia Palito'. Eu não sou morena, já estive morena, já estive até mesmo preta. Hoje em dia o máximo que consigo é deixar de estar pálida, mas ando cultivando o descolorido escritório, infelizmente. Mais ainda, não sou surda, estou surda. Nasci ouvindo perfeitamente bem, mas ao longo da vida fui perdendo a audição e, com o avanço tecnológico, no futuro posso estar ouvinte de novo, quem sabe?

Foram só alguns exemplos pra mostrar que as coisas não são, estão. E isso não acontece apenas conosco. O céu mesmo... agora à noite está escuro. Mas quando amanhecer estará claro.

Tudo isso me faz pensar que, já que temos a licença de podermos apenas estar, devemos aproveitar ao máximo tudo. Cada momento de estar é único. Cada estar merece sua contemplação, de preferência antes que passe. Afinal, estamos vivos agora, mas nunca saberemos quando estaremos mortos.

domingo, 11 de agosto de 2013

A luzinha interna em neon.





Hoje li um artigo sobre pessoas que abandonaram suas vidas e empregos tradicionais e resolveram ir atrás do que realmente as motiva. Achei lindo, maravilhoso, digno. E o assunto não saiu da minha cabeça.

Tenho vinte e três anos, já mudei de faculdade uma vez e de ideia mais de mil. Me sinto satisfeita com o que curso agora. Mas ainda assim, inquieta que sou, fico sempre cheia de dúvidas, inseguranças e incertezas.

Queria que tivesse uma coisinha bem lá no fundo que brilhasse e piscasse em neon: "É isso!", "Vai que é tua!", "Arrasa!", "Mostra ao mundo a que veio!". Mas só tem uma luz bem fraquinha que diz "De repente dessa vez dá certo!" "Pode ser que seja isso...", "Se as coisas se desenrolarem bem, com sorte e dedicação pode ser que você consiga". E isso me mata.

É muito angustiante acordar a cada dia para trabalhar, ir a faculdade, estudar e tudo o mais sem ter ao menos um plano, uma meta. E se nada der certo? Se não tenho o plano A, quanto menos o B.

Não é questão de preguiça. Faço estágio, cumpro horários e sempre que tenho espaços vagos, mesmo que nos finais de semana, tento descolar mais um trabalhinho. Sei dar valor ao dinheiro, as conquistas. Tenho pai e mãe que me criaram e educaram muito bem. Nunca deixaram faltar nada, de comida à amor. Mas sei que foi tudo com muito esforço. Dou muito valor e me considero uma pessoa de sorte por isso.

E agora, adulta (já? A criança pequena ainda chora e pede colo aqui dentro), chegou a minha vez de me dedicar a tarefas, obrigações e empregos. Acho que sou muito lúdica e sonhadora. Mas eu só queria mesmo conseguir encontrar o que realmente me move. Sempre lembro da frase "Trabalhe com aquilo que você ama e não terá que trabalhar nenhum dia." e fico aflita tentando descobrir o que pode ser.

Mas a vida é isso, não é mesmo? Constante busca pela felicidade. O importante é permanecer curioso, "não acomodar com o que incomoda", fazer jus à oportunidade diária que temos de ser a mudança, de fazer a mudança, de corrermos atrás não apenas da nossa felicidade, mas do bem coletivo do espaço em que vivemos.

Então vamos lá. Noite ou dia, uma hora a luzinha de neon vai acender bem extravagante "Tu achaste! É isso mesmo!".

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Os melhores dias.



Despertador ativado. É fim de semana mas mesmo assim vale apena dormir um pouco menos e acordar cedo. Um banhozinho, o café da manhã de sempre ou um pouco mais reforçado e é hora de escolher o figurino do dia. Figurino sim, indumentária. Acessórios sempre caem bem. A maquiagem especial, lembrando sempre que o sorrisão estampado no rosto é o que faz a maior diferença. Tudo certo, hora de ir ao encontro de mais centenas, até mesmo milhares (por que não?) de indivíduos que estão com esse mesmo sentimento inquieto e eletrizante. Música, afetos, galanteamentos, brincadeiras, cores que não se acabam. Euforia mil. Confete, serpentina, purpurina. Até armas entram nessa, munidas com água ou aguardente, ao gosto do freguês. São dias de muita folia, de festejos escancarados e alegria exacerbada. Contrariando a máxima de que 'tudo em excesso faz mal', os demasiados sorrisos, energia e felicidade curam. Curam almas doentes, cansadas, envelhecidas. Por isso eu digo: bem vindo ao mundo do Carnaval. Aqui você pode ser rei, rainha, guerreiro, fada, duende e o que mais sua imaginação permitir. Pra entrar nessa, você só precisa de um pouco de ânimo e muuuuuita, muuuuita vontade de compartilhar afetos, sorrisos e FELICIDADE! Vem folia, venham festejos, venham blocos e mais blocos, veeeemmmm CARNAVAL!!!