sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Maíra.






Provavelmente conheci Maíra ainda criança. Acredito ter brincado com ela nas areias do pátio, ter compartilhado a bola, ter corrido atrás dela no pique-bandeira e vice-versa. É que Maíra estudou no mesmo colégio que eu durante uns anos do primário. Nunca fomos da mesma turma, mas éramos da mesma série e como o colégio não era grande, certamente nos esbarramos pelos corredores.
Já adolescente, redescobri Maíra. Ou vim a conhecê-la, de fato. Lembro-me como se fosse ontem, ou mesmo hoje de manhã, dela chegando na academia onde eu fazia aulas de tecido para sua primeira tentativa. Maíra vestia calça comprida roxa, usava uma fita nos cabelos e, se não me falha a memória, uma blusa cinza. Aparentemente tímida, tirou de letra o alongamento, acredito eu, por conta da yoga que já praticava. Na hora de ir para os tecidos, Carolina, a professora, pediu-me que a auxiliasse. Com prazer, fui tentar ajudá-la. Ela contou-me, então, que achava que lembrava de mim de algum lugar. Traída pela memória, eu, que sempre embro de tudo, não tinha certeza se já a conhecia. E durante o desenrolar da conversa, descobrimos de onde nos conhecíamos. Desde esse primeiro dia, gostei muito de Maíra. E a partir daí, nossa amizade começou.
Confesso que nunca fomos as melhores amigas. Do tipo das que estão sempre juntas e sempre, sempre, sempre aconselhando uma á outra. Na verdade, quase não nos encontramos (o que acho muito triste). Mas ainda assim, Maíra está no rol das amigas especiais.
Com um gênio algumas vezes difícil, lembro-me e quando Maíra brigou e chateou-se com certo ex-namorado meu por causa de uma provocação a respeito de times. Porém, graças ao bom Pai, tudo se resolveu. E é isso que, agora, eu espero que aconteça. O que ocorre é que eu, como amiga relapsa que sou, faltei à comemoração dos 22 anos de Maíra. Deixo claro que por motivos de força maior, afinal estava trabalhando em um evento no qual fiquei presa até tarde. E, voltando ao que interessa, isso causou um mal estar entre nós. Enviei uma mensagem à ela explicando-me e desculpando-me e, de volta, apenas tive seu silêncio. Em seguida, no dia de seu aniversário, enviei-lhe novas felicitações e desejos de coisas boas. E mais uma vez, não obtive nada além do seu silêncio. Percebi então, que Maíra havia ficado realmente chateada por eu não ter comparecido. O que ela talvez não saiba, é que eu também fiquei, de fato, muitíssimo triste por ter perdido a sua 'festa'. Que durante toda a semana, combinei e recombinei com meu namorado de irmos prestigiá-la. E que eu estava realmente empolgada para vê-la e conversar com ela. Por prezar Maíra e sua amizade, passei esses dias pensando no que fazer. Se enviava mais uma mensagem, se ligava, se não fazia nada e deixava o tempo agir. Pensei e repensei. E, como não sei conversar, resolvi que talvez a melhor opção fosse essa. Escrever um pouco sobre ela e enfim...
Portanto, Maíra, esse pequeno texto é seu. É para você. Espero que aceite-o como um pedido de desculpas e que possa compreender-me. Você é, de fato, muitíssimo importante e especial. Eu te amo. Um beijo.