terça-feira, 3 de julho de 2012

A Felicidade.



Desperto do mundo dos sonhos com a vibração do aparelho celular que está embaixo do meu travesseiro. Sonolenta, olho a hora e ativo a função soneca. O processo se repete algumas vezes até que eu desista da luta e resolva levantar. Coço os olhos, espreguiço-me, paro e penso um pouco. Um sorriso surge espontaneamente nos meus lábios.
É excelente acordar a cada manhã e lembrar que a minha vida tá agora bem como eu gostaria que estivesse. Provavelmente não é a vida perfeita de filmes hollywoodianos e comédias românticas. Tão faltando algumas coisas.O emprego dos sonhos, a mansão, as férias paradisíacas, o par. Uma meia dúzia de itens não constam nesse roteiro. Mas ainda assim parece um filme feliz.
A gente sempre quer mais do que tem. Estamos sempre  insatisfeitos e desejando coisas, muitas vezes supérfluas, que não temos ou não conseguimos ainda. O foco é sempre no emprego que não conseguimos, a viagem que não saiu do papel, o amor mal resolvido, o carinha que não nos dá bola, a bolsa da moda que não pudemos comprar.. A lista é imensa.
A questão é que precisamos mudar essa perspectiva. Por que ao invés de olharmos para tudo isso anteriormente citado não passamos a olhar pra o que temos, o que conseguimos, o que faz bem? Aquela amiga que tá sempre ali, em todos os momentos. Aquele vestido que você tem que não é o mais caro, não é o mais luxuoso, mas te deixa radiante. Aquela viagem que você fez praquele lugar que mais parecia um fim de mundo mas ainda assim foi incrível por causa das companhias que te rodeavam. Aquele sorriso bobo que surge no seu rosto sem motivo aparente.  A natureza absurda que o cerca. A lista aqui também pode ser infinita.
Eu sempre olhei pra falta, pra ausência, sempre. Sempre chorei, esperneei e lamentei o que se foi, o que não veio e o que ainda estava por vir. Nada nunca foi o bastante pra mim. Mas, não sei explicar quando, como ou porque foi acontecer, mudei de parâmetro.
A vida tem estado mais bonita. As coisas tem estado mais fáceis. Acordar já não é mais um tormento.
Férias, inverno ensolarado, sol quase todos os dias. Por que eu precisaria de mais? Ao invés de me lamentar por não ter um emprego, celebro o fato de poder ir à praia diariamente.
A felicidade é contida, não é chegada a alardes, extravagâncias, exageros. Ela é pequenina, chega faceira, despercebida. Se você não estiver atento, se estiver olhando pro outro lado, nem percebe que ela passou e te fez uma boa visita. Ela se concentra em pequenas coisas e possui a capacidade de torná-las grandiosas. Ela pode estar no brilhante sol, que se localiza a milhões de quilômetros de você, ou pode estar dentro do seu coração, mais perto impossível.
Os sentimentos e sensações que ela provoca são os mais diversos. Mas todos sutis. Não espere deparar-se com inquietudes se estiver na presença da felicidade.
A verdade mesmo é que ela dispensa qualquer descrição. Não é feita pra que se fale dela e sim pra que a sintamos. Ela tá aqui, agora, comigo. Mas ela é meio promíscua e gosta mesmo é de tá em diversos lugares. Dizem até mesmo que quanto mais você compartilhá-la, maior ela fica. Portanto, não hesite. Eu to aqui, tentando multiplicá-la. Que tal você olhar pro lado que ela tá, olhar tudo sob a perspectiva dela, pra que consiga sentí-la e compartilhá-la também?