quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Vida de verdade.

Me acostumei com o mais ou menos. Grande parte do tempo vivi apenas o mais ou menos. No último ano então... Uma vida mais ou menos. Emoções mais ou menos. Sentimentos mais ou menos. E agora, de repente, sem nenhum aviso prévio, sem nenhum pedido de lincença, sem nenhum alerta, comecei a viver de verdade. Emoções de verdade, sentimentos de verdade, pessoas de verdade. Parece que só agora, no meu vigésimo primeiro ano de vida, estou conhecendo a vida de verdade. Aprendendo dia após dia a me relacionar. Sempre amei a solidão, mas, paradoxalmente, sempre gostei muito de gente também. De ter amigos, de me sentir querida, estar rodeada de pessoas que me querem bem. Acontece que nunca soube (e continuo não sabendo) me relacionar com ninguém. Me preocupo, me interesso, sinto falta. Mas não sei procurar, conversar. Parece mentira. Mas aquela história de que 'o interessado dá um jeito' não funciona comigo. Não sei porquê mas travo. Penso nas pessoas, nos amigos, sempre. Penso que quero encontra-los, ve-los, conversar, matar as saudades. Mas não consigo pegar o telefone, ligar e dizer: 'Ei, você me faz falta!'.  Nos últimos dias, encontrei tantos amigos que me fazem falta. Que não vejo com a frequencia que gostaria, mas que sempre lembro com carinho e afeto. E isso está me fazendo tão bem. Estou sentindo de verdade. Sentindo de verdade que sim, tenho amigos. Sentindo de verdade que sim, eles são muito importantes pra mim. Sentindo de verdade que sim, quando o sentimento é verdadeiro não há tempo que afete.
Estou vivendo como sempre desejei. Continuo com meus mil defeitos e problemas e neuroses e loucuras. Mas estou em paz comigo. Em paz com o mundo. E o melhor de tudo: cercada de pessoas maravilhosas que me proporcionam todo esse sentimento de bem-querer.
Dias de comercial de margarina, de desfecho de contos-de-fada, de sonhos de menininha.
E agora peraí, a vida me chama.