quinta-feira, 12 de março de 2015

Minha experiência no Tinder, meus dias de Tinderella.



Acho que foi numa segunda-feira de puro tédio e monotonia que me rendi. Sempre tive uma certa curiosidade em saber como funcionava o famoso Tinder, em saber como era e tudo o mais. Na época em que ele estourou e bombava, eu namorava, então acabei nunca criando uma conta. Eis que essa semana, no auge do ócio e da carência também, devo confessar, acabei baixando o aplicativo e criando uma conta.

Sempre tive preconceito e achei tudo isso uma vibe muito chat uol. Ao meu ver, com minha visão etnocêntrica e preconceituosa, só ia ter gente muito estranha e loser. Considerei que, de fato, tinha finalmente chegado ao fundo do poço. Mas ok, já que estamos aqui, vamos ver como se brinca dessa coisa.

Ajeitei minhas fotos de modo a dar a ilusão de que sou interessante e fiz questão de escrever que só estava no app por tédio. Na real mesmo, não tinha a menor pretensão de encontrar pessoalmente ninguém que visse por ali, nenhum "Match". Mas fui passando, com X, todo aquele cardápio de faces e que nada dizem e nada trazem além de bonito ou não aos meus olhos. Quando passava um que parecia mais interessantezinho, olhava as outras fotos, o que tinha escrito ali. Ainda assim, não tinha coragem de dar "like". X, X, X, X,.. e por aí vai.

Um tempo depois, após passar milhões de rostos, arrisquei um coraçãozinho pra um perfil aleatório. Já quase me arrependendo na mesma hora. Mas depois do primeiro, ficou mais fácil e distribuí mais uns cinco ou seis likes.

Daí vieram alguns "match" e, claro, não fui conversar com ninguém até que viessem falar comigo. Já tinha dado o "like", ir falar já era demais. O que me surpreendeu é que até têm pessoas interessantes que, após um pouco de conversa, a gente vê que não são apenas um rostinho (e um corpinho, porque pra ganhar meu coraçãozinho tinha que ser o pacote completo! hahaha) bonito. Ok, quebrei a cara. Eu e meu preconceito perdemos.

No primeiro dia fiquei muito tempo passando rostos aleatórios, mas já é o terceiro que estou por lá e já sem paciência de continuar. Não tenho coragem nem vontade de marcar um encontro com ninguém ali, ainda que tenha sido legal a experiência e que tenha feito bem pro meu ego tão surrado e minha autoestima de fundo de poço.

Ao final dessa minha experiência Tinderellesca, só concluo que não, não vou me acostumar com isso. Não, não nasci pra isso. Apesar de sempre me achar muito contemporânea e com pensamentos super modernos, me vi sendo bem tradicional nesse ponto. Não dá pra se acostumar com um cardápio de faces aleatórias. Não dá pra achar que só porque o sorriso é bonito, a tatuagem é legal, ele surfa e já visitou lugares incríveis, ele tenha a ver comigo. E aquelas coisas que só o contato ao vivo revelam? O jeito de falar, o modo como pisca os olhos, a maneira como sorri quando fica sem graça, a química, o toque, e todas essas coisas que jamais conseguiremos descobrir através de uma ou duas fotos?

Perdi um pouco do meu preconceito e to quase desativando a minha conta porque já enchi o saco. Como falei com as minhas amigas, no Tinder me sinto em um parquinho virtual. Resta saber se já cansei de brincar ou se vou tentar achar a roda gigante que me deixa sem ar, com frio na barriga e o coração acelerado.

Um comentário:

  1. Oi, Tati!? Tudo bem? Vi teu perfil no Tinder e resolvi conhecer teu blog... Até agora você foi a única pessoa que vi divulgando esse tipo de site por lá! Enfim, acabei me deparando com esse post sobre o aplicativo e inevitavelmente preciso comentar um pouco sobre a grande diferença que tivemos com ele. Aquilo lá apenas serviu pra diminuir ainda mais a minha auto-estima. Não tenho fotos sem camisa (apesar de não ser gordo), nem em lugares incríveis (apesar de gostar de viajar), e talvez por isso ninguém me dê like. Muitas mulheres afirmar que se interessam mais por homens inteligentes e sinceros, mas penso que isso é apenas uma desculpa que contam para si mesmas... Ou talvez eu seja apenas amaldiçoado a não fazer que alguém que me interesse se interessar por mim. De qualquer forma, obrigado pelo espaço concedido involuntariamente para eu desabafar um pouco sobre a minha vida infeliz! =/

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