quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Eu queria ser um grande circo.

Eu queria ser malabarista. Ter tudo sempre à mão. Por mais longe que as coisas possam ir, elas sempre acabarem voltando. Ter o controle sobre todas elas. Comandar a velocidade dos eventos que acontecem e a quantidade deles, para que tudo ocorra num ritmo dentro da minha capacidade.

Eu queria ser trapezista. Me lançar ao léu, sem medo, com riscos controlados, com a certeza de que de uma forma ou de outra tudo dará certo.






Eu queria ser acrobata aérea. Subir aos céus, voar, me lançar pelos ares. Virar borboleta com imensas asas de tecido.

Eu queria cuspir fogo. Lançar para fora de mim, sem volta, todos os medos, incertezas, arrependimentos e inseguranças.

Eu queria ser contorcionista. Dar um nó em todo o meu corpo, mas com a certeza de que a cabeça e o coração estariam livres de qualquer amarra.

Eu queria ser mágica. Fazer desaparecerem problemas, dúvidas e inquietações. Fazer aparecerem bons sentimentos. Transformar tristeza em felicidade, escassez em fartura, choro em sorriso.

Eu queria ser equilibrista, andar na corda bamba. Pender para um lado, pender para o outro, mas sempre conseguir voltar ao equilíbrio, lembrar que o meu próprio centro deve ser o centro do meu universo.

Eu queria ser palhaça. Errar, errar, errar de novo e fazer do erro minha morada. Saber rir de mim mesma, fazer piada dos fracassos e nunca, nunca desistir de tentar.

Eu queria fazer trampolim acrobático. Ter a cabeça nos céus, ir até quase o infinito, mas também voltar e botar os pés no chão.

Enfim, eu queria ser um grande circo. Ter uma vida itinerante, viajar para os mais diversos lugares, conhecer pessoas a cada novo espetáculo, emocionar o público, entreter, alegrar. Viver da magia, da ludicidade, dos encantamentos. E ainda, com tudo isso, ter uma imensa família que age junto, se completa e vai comigo aonde eu for.

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