terça-feira, 7 de abril de 2015

Dia do Jornalista.



Então quer dizer que hoje é o Dia do Jornalista. Pela primeira vez passo este sete de março como uma profissional da área. Quer dizer, pelo menos é o que consta no meu currículo e no meu diploma.

Comecei o curso querendo mil coisas. Escrever, a principal delas. Já quis atuar no jornalismo investigativo e levar uma vida á la Tim Lopes. Já quis ser a futura Fátima Bernardes (ou Patrícia Poeta, trazendo um pouco para a realidade atual). Já quis ser uma Glória Maria, fazendo matérias e reportagens incríveis mundo afora.

Hoje, formada, depois de tantos quereres diferentes, não faço mais ideia do que quero de fato. O trabalho do jornalismo, quando feito com seriedade, imparcialidade e com compromisso com a informação e com a verdade é lindo. O profissional muitas vezes se arrisca em meio à guerras urbanas, perde datas e mais datas festivas fazendo coberturas de acontecimentos que não param de ocorrer só porque é feriado ou fim de semana, passa por coisas super delicadas.

O jornalista precisa ainda, além da perspicácia, audácia, curiosidade, senso crítico e insistência, ser sensível. Precisa entender quando pode insistir e ir atrás e quando está desrespeitando a dor de alguém.

No país hoje há uma desvalorização absurda do profissional de jornalismo. Os salários são baixos, muitas vezes menores até que remunerações para pessoas com nível médio. O advento da internet, ao mesmo tempo que adianta absurdamente a vida de todos nós, surge como uma certa barreira também. Qualquer pessoa publica qualquer coisa sem apurar os fatos. Qualquer notícia falsa é viralizada em questão de segundos.

Os desafios para nós, profissionais da área, são muitos. Como recém formada, na busca por uma oportunidade de trabalho, me sinto frustrada. Vejo o mercado mega exigente, querendo um profissional com experiência nas mais diversas áreas por tempos consideráveis, que tenha cursos, pós, e etc, mas em contrapartida oferecendo um salário que não condiz com tantas exigências.

Sinto sim orgulho em dizer que sou jornalista. Foi uma trajetória não muito fácil para chegar até aqui. Mas confesso, estou desanimada e tentando ser criativa no sentido de procurar outras frentes.

No mais, neste sete de abril só posso desejar muita garra e muita perseverança a todos nós que escolhemos para nossas vidas esta profissão tão bonita, mas tão desvalorizada.

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