sábado, 12 de maio de 2012

Narcisismo infantil.

Infantil. Não há outro adjetivo que a defina melhor. Ridiculamente infantil. Estuda jornalismo com sonhos de trabalhar escrevendo sem nem ao menos saber fazê-lo. Agora colocou na cabeça que entende de psicanálise. Coitada, dá até pena. Só porque leu aí uma meia duzia de textos do Freud e tirou nota boa na prova de psicologia. Agora vive de querer se auto-analisar. A verdade é que a única coisa que se sabe e se percebe, explicitamente, é seu narcisismo primário, completamente, que surpresa, infantil. Inteiramente dependente do outro. Totalmente dependente do amor do outro. Não vê graça na vida em ser, se não for ser pra alguém. Quer se contar, se amar, se saber e se entender no outro. Não se encontra. Sente-se completamente só. Sozinha e perdida. Para se enganar e fingir que entende um pouco dessa loucura que é estar viva, apóia-se no outro. E vai deixá-la em casa numa sexta à noite... Ela fica super feliz, a princípio. Se achando madura, completa e autossuficiente. Mas quando vai chegando à meia noite, começa a depressão. Sozinha numa sexta-feira à noite. Não é digna de diversão? Não é digna de companhia? Entedia-se. Entristece. Faz silêncio. Aquele silêncio ensurdecedor. De não ter com quem compartilhar. Apela. Sai falando com a primeira pessoa que vê pela frente. Conta a vida pro primeiro que dá um pouco de atenção. E tudo o que consegue com isso é entediar-se mais ainda. Questiona-se: "Por que tenho que ser assim?". Queria tanto se bastar. A verdade é que ela quer tanto atenção, quer tanto amor, que acaba, sempre, ficando sem nenhum.

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